[RESENHA] AMAZÔNIA: ARQUIVO DAS ALMAS

Autor: Paul Fabien
Nº de Páginas: 332
Editora: Ísis
Classificação: três estrelas (mais como esse)

Amazônia: Arquivo das Almas conta a história dos dois melhores majores do Exército Brasileiro, Vitã e Helena. Os dois são designados, pela base militar de Codajás, para uma missão “secreta” em que eles têm que verificar uma atividade suspeita, localizada na fronteira do Brasil com a Venezuela. Bem, passado todo o andamento da missão, eles chegam a um “esconderijo secreto” do ditador da Nova Mesopotâmia e, após se infiltrarem nesse tal esconderijo, descobrem o porquê que esse povo “do oriente” estava querendo o Brasil.
E então, o que é que esse tal ditador quer conosco? E o que significa os “Arquivos das Almas”, o subtítulo do livro? 

Calma pessoal, porque a resposta para essas duas perguntas chegam a convergir em alguns momentos; porém, eu vou ter que, infelizmente, deixar esses questionamentos em aberto, já que as respostas são encontradas quase no meio do livro.
Vitã sabia que um novo desafio estava prestes a surgir. Talvez...o maior de toda sua vida.
página 25
Enquanto eu lia Amazônia pude perceber que a cada página, Paul Fabien se mostra um cidadão extremamente patriota, e ele quer passar pro leitor que o Brasil não é só “coisa ruim”; que temos nossos heróis. Quem foi contra o maior ditador do mundo? Justamente, NÓS. Então deixe para trás essa balela de que o que é de fora é melhor, já que são dois heróis brasileiros que protagonizam essa trama, seja lutando, pilotando, atirando ou fazendo o “diabo a quatro” (Sério, eles são demais).

E outro diferencial desse autor foi o fato de ser uma das primeiras obras brasileiras (que eu vi) em que encontramos não só um Brasil futurista, mas sim uma Amazônia futurista. Sim, a Amazônia. A desprezada e esquecida por todos (quando falamos de livros de ficção, é claro), é o organismo que mais figura na trama (ele estão lutando... na Amazônia. Eles estão na base militar que fica... na Amazônia).

Você já deve ter entendido: Brasil é o melhor!
No geral, eu gostei da obra, achei que ela tinha um bom potencial, tinha um bom enredo, bons espaços, bom sustentáculo, narração legal, personagens bem desenvolvidos, trama bem feita, tinha tudo para ser perfeita. Isso. “tinha tudo”, porque a obra escorregou muito por causa desses três motivos:

(1) O “Arquivo das Almas”, que intitula o livro, só nos é apresentado no capítulo 25, onde tem uma história todinha por trás disso, mas o autor se prolongou demais nessa “explanação” (e confesso: eu gostei bastante da narrativa sobre o Arquivo das Almas) e depois quando acabaram todas as 25 páginas que a continham, eu achei que a estória perdeu um pouco de sua graça. Foi BEM mais demorado eu ler as 100 últimas páginas do que as 230 primeiras.

(2) A grande resposta para a vida o universo e tudo mais é: aliens? Bem, nessa eu achei que o autor escorregou não por inserir uns alienígenas aqui e acolá (afinal, eu gosto de histórias com aliens), mas porque não se encaixou, só isso. Ficou meio estranho, na minha opinião.

(3) Embora a obra tenha tido um ótimo desenvolvimento do enredo, dos personagens ou do espaço, não houve a mesma coisa na narrativa em si. Eu gostei da história, mas achei que faltou alguma coisa (só não sei o que é).

Agora falaremos sobre o livro (o exemplar): A obra foi publicada em 2013, pela editora Ísis. O designer da capa foi criada por Raqsonu e ficou uma belezura. Sério, eu gostei muito das cores e das representações que encontramos no desenho. O livro foi impresso naquele papel branco e a capa foi produzida com... com... não sei o nome daquele material, mas em poucas palavras: ficou “mole”. Fizeram um bom trabalho de edição, mas na hora da revisão... Sim, tem erros (de concordância, de ortografia, de pontuação etc), mas relevei bastante, já que o autor estava consciente disso antes mesmo de enviar-me a obra e ele já me avisou que será publicada uma nova edição em que estes erros seriam corrigidos.

Por fim, Amazônia é uma aventura com um enorme potencial e receberá três estrelas com todo meu amor.
Escrito por Otávio Braga

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