[RESENHA] PERDÃO, LEONARD PEACOCK

Autor: Matthew Quick
Nº de Páginas: 224
Editora: Intrínseca
Classificação: três estrelas (mais como esse)
Hoje é o aniversário de Leonard Peacock. Também é o dia em que ele saiu de casa com uma arma na mochila. Porque é hoje que ele vai matar o ex-melhor amigo e depois se suicidar com a P-38 que foi do avô, a pistola do Reich. Mas antes ele quer encontrar e se despedir das quatro pessoas mais importantes de sua vida: Walt, o vizinho obcecado por filmes de Humphrey Bogart; Baback, que estuda na mesma escola que ele e é um virtuose do violino; Lauren, a garota cristã de quem ele gosta, e Herr Silverman, o professor que está agora ensinando à turma sobre o Holocausto. Encontro após encontro, conversando com cada uma dessas pessoas, o jovem ao poucos revela seus segredos, mas o relógio não para: até o fim do dia Leonard estará morto.
Leonard pode até parecer um garoto quieto, que adora as aulas sobre o Holocausto e que lê Hamlet diariamente. E talvez ele seja, talvez ele realmente seja. Talvez sua mãe seja uma ignorante, e seu pai um ex-astro do rock, agora alcoólatra. Talvez seu vizinho o tenha viciado em filmes do Bogart e talvez todos os dias da sua vida sejam chatos. Talvez tudo isso seja verdade. Mas uma coisa que não é verdade é que hoje seu dia será chato. Tudo isso graças a P-38 que projetará uma bala no crânio do seu ex-amigo Asher Beal.
Por que adoramos surpreender as pessoas? Será que é porque gostamos de saber algo que elas não sabem? Será que isso nós dá uma sensação de poder sobre elas? Eu estava feliz porque estava controlando Asher? Ou estava simplesmente tentando fazer algo legal?
página 107 
Acho que não é novidade pra ninguém que eu amo Matthew Quick porque acho a escrita dele diferente e tals. Mas pra ser bem sincera: Perdão, Leonard Peacock não foi bem o que eu esperava.
Tipo, eu achei o livro tão café com leite, tão simples. Faltou um pouco de emoção. Eu esperando por frases "sem sentido" que me fariam filosofar, que me deixariam com crise existencial, tiros, cabeças rolando, perseguições policiais e dias em hospícios. Mas não, não teve nada disso. Nada. 
Se meus colegas de turma se esforçassem em melhorar a nossa comunidade do jeito que se esforçam para entrar em uma faculdade, este lugar seria uma utopia.
página 60 
Cá entre nós, acho que todo mundo anda querendo ler esse livro por um único motivo: quem não queria ter uma arma pra meter uma bala nos miolos de certas pessoas? Todo mundo! 
- Você está certo. Quando a sua cabeça diz uma coisa e toda sua vida diz outra, sua cabeça sempre perde.
página 26 
E foi isso que me chamou a atenção. Foi isso que me fez querer ler esse livro desesperadamente. Tipo, muito mesmo. Mas o livro deixou bastante a desejar. Pelos seguintes motivos: 

1. Você acha que Leonard é alguém que realmente é louco (e no início até parece que ele realmente é), que ele é tipo um Pat Peoples vingativo que vai matar seu maior inimigo e deixar presentes macabros para cada um dos seus amigos.
1.1 Ele não é. 
2. As vezes dá vontade de matar o Leonard ao invés do Asher, por que no fim, quem sofreu mesmo foi o Asher e não o Leonard. Quem teria motivo pra matar alguém era o Asher, não o Leonard. (sem nexo, não?) 
3. Esses índices usados no primeiro motivo percorrem todo o livro e no começo você acha que é legal e tals, mas quando chega ao vigésimo, começa a encher seu saco. 
Perdão, Leonard Peacock é um livro muito sério para um autor tão sem noção como Matthew Quick. Ele não centra tanto no psicológico, e sim nas reações que uma experiência traumática pode causar no psíquico de uma pessoa. 
E é principalmente nos primeiros capítulos que você pode ver Leonard como um louco, psicopata e bipolar. Mas no fim, ele não é (isso meio que me decepcionou). O livro acabou se tornando um clichê de vinganças. 
Mostre-me que é possível ser adulto e também ser feliz.
página 47 
Porém, todo esse lado e clima psicológico se reverte em ficção científica nas Cartas do Futuro. Sério, se o livro todo fosse só as Cartas do Futuro eu teria amado!
Eu sei que você só quer que tudo acabe, que não consegue ver nada de bom em seu futuro, que o mundo parece escuro e terrível, e talvez você tenha razão, o mundo pode ser definitivamente, um lugar apavorante
página 37 
É um universo totalmente louco e novo e que não teria nenhuma possibilidade de existir, mas é isso que marca a escrita desse autor, certo? Coisas impossíveis com situações improváveis e que instigam nossa imaginação
Por fim, acho que Matthew poderia ter feito melhor, mas o livro não é dos piores. Com certeza algumas pessoas gostaram. 
Realmente, a trama é uma coisa que a muito tempo não víamos no mundo literário e que Matthew o trouxe de volta. Meu desapontamento vem pelo fato de Quick ter perdido um pouco sua identidade no quesito psicológico, mas leia os outros livros de Matthew Quick! Eles variam de pessoa pra pessoa. E a minha pessoa não irá reler Perdão, Leonard Peacock. 
Um estranho, belo e novo mundo o aguarda, Leonard.
página 37
Escrito por Bárbara Lacerda 

7 comentários:

  1. Eu até tenho vontade de ler esse livro, mas não é nada urgente. Se um dia surgir oportunidade, com certeza farei a leitura. Nunca li nada do Matthew e o que acho interessante é que ele é desses autores que o povo ou ama ou detesta rsrs

    Bjs,
    Kel
    www.itcultura.com.br

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    1. Pois é, eu não sei se amo ou odeio ele kkkkkkkk
      Mais lei, talvez você goste, algumas pessoas gostam desse livro mas eu particularmente não.
      Obrigada pelo comentário.
      Beijos.

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  2. Esse livro nunca tinha me despertado interesse, mas recentemente li uma resenha que me deixou com vontade, mas mesmo assim, por enquanto, ele ainda não está na minha lista de próximas aquisições ahaha
    Adorei sua resenha por representar uma opinião diferente da outra que li :)

    Beijos
    Débora - Clube das 6

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    1. kkkkk minha lista chega a ter quilômetros, bem esse livro nem é meu [é da amanda] e eu realmente estava com vontade de ler, principalmente quando eu li uma resenha que dizia que era ótimo e tals, mas eu realmente não gostei, minha opinião
      ainda bem que que gostou .
      Beijos

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  3. Esse livro não me chama a atenção, já o autor eu tenho curiosidade de ler.
    É uma pena quando o livro promete muito e não rola nada daquilo, dá impressão até que lemos o livro errado, né?!

    Té mais...
    http://bmelo42.blogspot.com.br/

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    1. HAHAAH Bem isso Bruna, acho que isso é o que mais desaponta.
      Bem Matthew tem um leveza admirável e acho que você devia ler algum livro dele, por que eles realmente são bons( menos esse claro, mais ele é aceitável)
      em fim, obrigado pelo comentário.
      Beijos

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  4. Sempre quis saber sobre o que realmente falava esse livro, já me falaram que o autor era ótimo. Gostei muito da resenha, assim que tiver a oportunidade eu vou ler pra saber se vou gostar.

    Bjs bjs bjs Mih!
    Paradise Books
    @ParadiseBooksBr

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