[ENGRENAGENS E MAIS ENGRENAGENS] RESENHA DO LIVRO: O BARONATO DE SHOAH: A CANÇÃO DO SILÊNCIO


Sempre me pergunto como anda a Literatura Brasileira nos dias de hoje e após minha leitura de O Baronato de Shoah, eu posso finalmente dizer que ela está em boas mãos.
Várias pessoas, antes de ler o livro, disseram que ficaram receosas ao começar, por ele ser um romance SteamPunk (não sabe o que é? Dê uma olhadinha, aqui.) que, quer queira quer não, ainda é um gênero pouco explorado. Eu, por outro lado, já tinha minhas bases firmadas nesta cultura. Já havia pesquisado muito sobre a tal, o que me fez gostar demasiadamente de SteamPunk e de O Baronato de Shoah que escancarou as portas para consolidar a entrada de gêneros inexplorados na literatura tupiniquim. 



Autor: José Roberto Vieira
Nº de Páginas: 264
Editora: Draco
Classificação: cinco estrelas (mais como esse)
O livro conta a história de Sehn Hadjakkis que tem que separar-se de sua amada (Maya) para poder entrar na Kabalah (elite do exército), porém lá ele vai encontrar vários obstáculos que vão impedir, ou no mínimo retardar seu encontro com Maya. Além de não se encaixar em uma Sephirah (subdivisão do Kabalah), tem que enfrentar uma traição e uma descoberta que mudará não só a vida dele, mas também das pessoas em sua volta. E ela, angustiada, longe de seu amado e sendo obrigada a se casar com alguém não deseja. Será que algum dia eles estarão um nos braços do outro novamente? 
Se você pensa que é um livro que tem como foco só esse romance, você está altamente enganado. Ação é o que não falta nesta obra, desde a primeira até a última página, a narrativa é dinâmica, veloz e em cada página há uma nova surpresa. 
A obra é infestada em detalhes, que - não se enganem - não deixa, em nenhum momento da obra, ela ser chata e cansativa como outras obras muito conhecidas, que eu não me dei bem por causa dos detalhes em excesso. Mas o nosso querido Barão Zero sabe utilizá-las perfeitamente em equilíbrio, nem estendendo o livro demais e nem o resumindo a um número diminuto de páginas.
Agora vou falar das duas coisas que eu mais gostei ao ler este romance: os personagens e a forma de divisão dos capítulos.
Os personagens são notáveis em O Baronato de Shoah. Todos, desde o mocinho até os vilões, têm o caráter a ser discutido. Eu não torcia nem pros bonzinhos, nem pros malvados, eu torcia por ambos os lados. Do mesmo modo que eu gostava de Sehn e Maya, os mocinhos, eu gostava igualmente do Outro lá. E depois deste comentário, você deve está murmurando pros cantos: “que indeciso”, mas você nunca entenderá isto até ler, e mesmo você não gostando dos antagonistas dá para perceber que eles demonstram arrependimento, pelo menos foi o que pareceu.
Agora a divisão dos capítulos é o que me faz dizer que este livro pertence ao meu top dez, já que cada capítulo é como se nascesse uma história nova e em seu amadurecimento ela se mostrasse relacionada com as anteriores ou posteriores. José Roberto Vieira nos traz uma forma no mínimo diferente para tratar os capítulos concebidos, forma esta que não deixa a desejar.
Ainda faltando falar, mas não menos importante, temos a estética do livro, da impressão, da capa, essas coisas, que são bastante agradáveis, tendo visto que O Baronato de Shoah tenha uma capa impecável, uma impressão aparentemente bem feita (não pude avaliar esta última, pois não possuo o livro físico, apenas o e-book), o glossário, o mapa, tudo são as partes fundamentais para o funcionamento desta obra.
José Roberto criou um mundo incrível - e complexo - em O Baronato de Shoah, e se quisermos continuar a acompanhar esta história de tirar o fôlego, temos que sentar e esperar para o próximo: A Máquina do Mundo, que está previsto para a segunda metade deste ano (AÊ! Está perto!).
Mesmo sendo um livro bem complexo de entender, com todas as divisões e subdivisões, tentei explicar o mais “mastigado” possível tudo que eu senti ao ler este livro e assim finalizo mais uma resenha.
Escrito por Otávio Braga

8 comentários:

  1. Que resenha ótima. Sério. Já tinha ficado curiosa pelo livro, mas agora tô querendo-o muito. Realmente parece ser excelente.

    Té mais...
    http://bmelo42.blogspot.com.br/

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    1. Obrigado Bruna!

      Não apenas parece, é um livro excelente. Agora posso ficar feliz pela literatura brasileira contemporânea!

      Até!

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  2. Ainda não conhecia esse livro, e admito que não tenho muito conhecimento do gênero (sei o que é steampunk, só não leio muito ele nos livros xD), mas gostei da resenha e fiquei interessada. Vou adicionar na minha lista de livros para ler :)
    Beijos.

    fantasiandocomoslivros.blogspot.com.br

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    1. É que se formos falar em literatura, o steampunk é um gênero muito novo e muito escondido da mídia.

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  3. Olá.
    Visitando seu blog pela primeira vez e tipo, adorei. :) Muito bem organizado e a resenha foi maravilhosa. Eu não conheço o livro. Mas estou no meu momento (Livros Nacionais) *-* E estou cada vez mais me surpreendendo com os novos autores que estão surgindo e mostrando que a nossa literatura esta em um nível ótimo.
    Parabéns pelo blog e pela qualidade.

    http://elaeseuslivros.blogspot.com.br

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    1. Olá Jessica.
      Também estou neste momento de procurar novos autores nacionais, e ver que a literatura brasileira está em um momento ótimo de crescimento rápido, que nos surpreende cada vez mais.
      Obrigado por gostar de nosso blog, também já dei uma olhadinha no seu e posso dizer que gostei bastante! ; )

      Até!!

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  4. Queria vir aqui agradecer a atenção e o carinho, obrigado bookólicos!

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    1. Obrigado você também por ser uma pessoa tão amigável e simpática! :D

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