[MINHAS HISTÓRIAS] AZUL-CELESTE
Escrito por Aclécia Dantas
Tinha aparentemente 17 anos de idade, sendo uma das poucas pessoas que possuía tanto o semblante, como a própria idade, pelo menos naquele tempo em que as moças pareciam mais velhas do que a própria idade. Eram bem mais vividas e cheias de estresse e preocupação, diferente de Celeste, que era calma e tímida, com uma alma pura e inocente, ainda infantil.
Jorravam comentários da moça de
cabelos claros, lindos olhos azuis e uma pele leitosa de tão branca. Comentários
amigáveis, aceitáveis ao ouvido da moçoila.
“Moça bonita”
Sempre ouvia aquilo ao descer a
rua de seu bairro e ao retornar para casa após o colégio. Sorria. Não respondia
e nem ignorava os cumprimentos alheios.
Na tarde de quarta, os rostos
indignados fitavam Celeste com indiferença. Havia algo errado. Celeste havia
mudado e não era nenhuma mudança comum.
“É diferente”
“Eu gostei. Farei o mesmo”.
Os cochichos eram inúmeros. Sem
sorrisos. Sem cumprimentos. Andava tranquilamente pela estrada que a levaria
para casa, não havia demorado a chegar ao portão de sua residência e adentrar o
recinto. Na mesa, todos já estavam servidos, a família reunida, apenas a sua
espera. Os olhos curiosos encaravam-na. A cena anterior havia repetia-se. Dessa
vez ela sorriu, sentou-se a mesa e os fitou. O silêncio de minutos havia sido
quebrado com a voz de sua mãe:
“Azul, Celeste?!”
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