[RESENHA] AMANHÃ, QUANDO A GUERRA COMEÇOU

Autor: John Marsden

Nº de Páginas: 256

Editora: Fundamento
Classificação: quatro estrelas (mais como esse)

O que você faria se descobrisse que todo o mundo que conhece deixasse de existir da noite para o dia? Ao voltar de uma semana de acampamento, Ellie e seus amigos descobrem que a cidade em que viviam foi invadida por um inimigo desconhecido. Suas famílias foram aprisionadas e uma guerra está acontecendo em seu país. Agora, eles estão sozinhos em uma cidade sitiada, lutando para descobrir o que aconteceu com seu país e tentando sobreviver. AMANHÃ é a história de uma aventura extraordinária em tempos extraordinários, em que esconderijos, explosões e fugas passam a fazer parte da rotina desse grupo de amigos. Sozinhos e sem ter para onde ir, Ellie e seus amigos vão precisar de toda a coragem e ousadia para sobreviver. Amanhã, quando a guerra começou é o primeiro livro da série que foi escolhida como a mais fascinante pelos jovens leitores nos EUA, na Suécia e Austrália. Uma história que prende o leitor do início ao fim. Amanhã, quando a guerra começou vai ficar na sua memória para sempre.

  Você vai acampar para espairecer um pouco, relaxar, curtir a vida e depois quando você retorna toda sua família desapareceu, ou melhor, todos desapareceram, a energia e o telefone foram cortados e ninguém deixou pistas de onde foram parar. É esse universo que John Marsden criou para série Amanhã, quando a guerra começou.

            O livro conta a história de sete amigos que resolvem acampar por descontração. E em um dia de acampamento, percebem dúzias e dúzias de aviões sobrevoando a região e para eles só resta tentar imaginar explicações plausíveis para o que estaria acontecendo fora dali.

         Eles finalmente resolvem voltar, porém nada está do modo que eles haviam deixado. Todos desapareceram: famílias, amigos, vizinhos, conhecidos, os animais estão mortos, um exercito inimigo tomou conta da região. E agora só restam três opções: enfrentar o inimigo, se entregar ou se esconderem.

            Amanhã, quando a guerra começou é um daqueles livros que te fisga pela capa – pelo menos foi assim comigo – e mesmo não sabendo nem do que se tratava a história comecei a lê-lo vorazmente e no seu desfecho ele me revelou boas surpresas e uma “pitada” de coisinhas desagradáveis.

            O livro desde seu começo mostrou ser direcionado a literatura juvenil, mesmo achando a protagonista meio indecisa, confundindo-se entre a razão e emoção, o livro não deixa a desejar no que se trata de questões de amor ou amizade. Outra face do livro nos mostra um triângulo amoroso meio tortuoso que ajuda um pouco na construção da narrativa.

“Mas meu coração criava suas próprias regras e se recusava a obedecer minha consciência”

              A amizade – pelo que foi perceptível – é um dos enfoques principais do livro, em vários momentos vemos os personagens hesitarem em razão a ela.

           Mas esses não são os principais atrativos da criação de John Marsden, pois o encarregado a este “posto” é a ação, a dinâmica e a luta pela sobrevivência que todos mostram.
Como toda a obra não tem só ponto positivo, mostrarei os pontos negativos desta:

              O maior incômodo a ler esse livro foi o fato de ser completamente escrito em forma de diário – e com certeza não sou muito fã de diários – fazendo com que a leitura seja meio maçante e, já que o livro mostra apenas o sentimento de uma personagem, faz com que o resto seja omitido, dependendo de seu relacionamento com estes.

              Após os meus dias imersos em Amanhã terem acabado, eu meio que entrei em depressão por três motivos: (1) me apaixonei pelo livro e não queria ter que terminá-lo tão rapidamente, (2) não vou ter (tão cedo) a oportunidade de ter acesso aos outros livros da série (O motivo? Obviamente financeiro) e, logo, (3) não sei o que aconteceu com a fulaninha lá.

          Um mundo em guerra, jovens que precisam fazer de tudo um pouco para sobreviver e ainda assim não deixarem o amor e o companheirismo de lado é do que o que trata Amanhã, quando a guerra começou do aclamado autor australiano John Marsden.

Escrito por Otávio Braga